sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mais uma tragédia na saúde - até quando?

É, os problemas não param não. Vai ser preciso muito empenho e dedicação de muita gente pra que esta administração não seja mais um fiasco. Afinal, está começando muito mal.

Nosso prefeito parece estar numa saia justa tendo que explicar (e não explicando nada) sobre sua afirmação logo na primeira semana, de ter pego a prefeitura com "caixa zero". O que foi desmentido pelo Balanço da Prefeitura de Rio Preto sobre as contas de 2008.
Segundo a secretária da Fazenda, Mary Brito, a prefeitura terminou 2008 com R$7,5 milhões "livres".
Perguntado sobre o assunto, o prefeito desconversou.
Mas não se pode negar os fatos, resta saber quais serão as prioridades, já que falta de caixa não poderá ser motivo para não investir nos setores mais urgentes e deficientes do município.
Como a saúde, por exemplo.

No jornal Bom dia, a manchete principal de hoje é lamentável:

"Morte de mulher após erro médico vira caso de polícia em Rio Preto."

Mais uma vez, o atendimento deficiente nos postos de saúde, neste caso a unidade do bairro Santo Antonio - zona norte, é responsável por uma tragédia.

"A Polícia Civil de Rio Preto instaurou, ontem, inquérito para apurar se houve erro médico no caso da morte de Luciana Patrícia Sales Sabino, 33 anos.

A dona-de-casa sofreu aneurisma cerebral, mas recebeu diagnóstico de enxaqueca em cinco vezes que buscou atendimento na UBS do Santo Antônio. Ela morreu na madrugada de quarta depois ficar 13 dias em coma do Hospital de Base."

Enquanto isso, a Secretaria de obras está às voltas com o atraso na construção do mini-hospital da Zona norte.
No empurra-empurra, O deputado Rodrigo Garcia (DEM), de Rio Preto, que é secretário de Desburocratização do município de São Paulo, informou à assessoria do Estado que o atraso já aconteceu antes porque o município não prestou contas, já o secretário de Obras de Rio Preto, Luís Carlos de Queiroz Pereira Calças, afirmou que as medições estão em dia e que o atraso é do Estado.

Fico imaginando como deverá funcionar este hospital que está ainda sendo construído, levando-se em consideração o funcionamento atual dos postos de saúde.
E pergunto novamente: precisamos mesmo de mais construções, mais gastos, mais tempo perdido esbarrando em burocracias, protocolos, jogos de interesses, e impedindo que os serviços já existentes recebam a atenção e os cuidados necessários para funcionarem de forma adequada e que atenda às necessidades reais da população?

Enquanto a família chora a perda, o Conselho Regional de Medicina, a Secretaria de Saúde, e o delegado titular do 4º Distrito Policial, Valdir Carvalho, tentam apurar os fatos e punir os responsáveis pelo atendimento.

E como diz a canção: "Tudo isso acontecendo e eu aqui na praça, dando milho aos pombos".

Mas eu estou de olho, e você?

(As notícias citadas aqui, encontram-se detalhadas no Jornal Bom Dia)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Uma resposta, uma luz no fim do túnel?

Quando uma queixa ou denúncia resvala no vão, no vazio, e não obtém sequer resposta quanto mais ações, é sinal de que as coisas não estão mesmo bem.
Porém, quando se tem uma resposta que ao menos demonstre interesse em encontrar soluções, significa que vale a pena continuar de olho e não calar-se diante das injustiças e dificuldades.
O email enviado à Secretaria de Saúde rendeu-me uma resposta positiva. Pelo menos, demonstrou que há pessoas interessadas em saber o que a população pensa e dispostas a buscar soluções.
Espero que isto não se perca, e que possamos realmente contar cada vez mais com atitudes.
Abaixo, transcrevo o email enviado hoje em agradecimento à atenção da Secretaria de Saúde ao meu contato.

PS: Ainda aguardando um contato em resposta ao meu email para a Secretaria de Educação. Até agora, nada.


Segue o email enviado hoje à ouvidoria da Secretaria de saúde:


São José do Rio Preto, 19 de fevereiro de 2009

À Ouvidoria da Secretaria de saúde de Rio Preto

Venho por meio desta, agradecer à esta ouvidoria, em especial à ouvidora Cristina, pela atenção e resposta ao meu contato, por email, no dia dezesseis do mês corrente.
Aproveito para manifestar meus votos de sucesso à atual administração e suas secretarias e entidades, pois não desejo tê-las como alvo de críticas ou descontentamento, e sim como motivo de orgulho e exemplo de acessibilidade aos anseios e necessidade da população de Rio Preto.
Vale ressaltar ainda, o empenho e a atenção da enfermeira e gerente do posto de saúde Vila Maior, Inara, que recebeu-me prontamente, ouviu minhas queixas e mostrou-se acessível e com grande interesse em resolver as questões deficientes da unidade.
Na esperança de que a atual administração, bem como suas equipes de trabalho, mostrem-se de fato comprometidas com as necessidades do município e em especial, dos seus munícipes, despeço-me.

Atenciosamente,

Mônica dos Santos

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

A saúde está doente

Não é preciso muito esforço nem conhecimento para se diagnosticar a situação do nosso Sistema municipal de saúde. Vemos na TV todos os dias notícias alarmantes sobre o descaso com pacientes em condições precárias, filas imensas para cirurgias urgentes, pacientes mal atendidos, agendamento de consultas burocrático e ineficiente, médicos e funcionários despreparados.
Ironicamente, a saúde anda mesmo doente.
Mas o que não se pode fazer é cair no conformismo, aceitar que nossos direitos sejam subjugados e a Saúde seja colocada (em tese) como uma das prioridades do município quando deveria ser (na prática) A prioridade.
Uma população doente não traz nenhum benefício ao município, por outra, só aumenta gastos e acaba se tornando uma prova irrefutável de má administração pública.

Foi pensando nisso que escrevi à Secretaria de Saúde, pedindo que a nova administração pense de forma coerente e procure resolver o que realmente urge no Sistema.
Segue abaixo o email enviado por mim, hoje, ao Secretário de Saúde Dr. José Victor Maniglia.

Seria maravilhoso se mais pessoas tomassem consciência de seus direitos e também seus deveres como cidadãos, e resolvessem botar a boca no trombone!

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Ilmo. Sr. Dr. José Victor Maniglia
Secretário municipal de saúde

Eu, Mônica dos Santos, venho por meio desta manifestar-me como munícipe e cidadã brasileira sobre a situação do sistema de saúde de nosso município com vistas na atual administração e suas ações iniciais, das quais venho tendo conhecimento.
Na semana passada, assisti à uma entrevista no jornal Tem notícias, onde o médico Dr. Baitela falava sobre a falta de médicos.
Tivemos um concurso ano passado, e há médicos para serem convocados, a falta de médicos não pode portanto ser usada como justificativa para a ineficiência do serviço.
Li no portal da prefeitura sobre o novo hospital que deverá ser construído ao lado do hospital da criança, ainda em construção. Ora, será mesmo que precisamos de novos hospitais? Novas construções, novos gastos?
Não seria mais coerente investir na qualidade do que já existe em funcionamento? Os postos de saúde funcionam ainda de forma ineficiente, com funcionários mal orientados, filas imensas, um serviço de marcação de consultas pelo telefone que não funciona, má vontade de todos os lados.
Nem a ouvidoria funciona como deveria.
Liguei semana passada na ouvidoria da Saúde, falei com a funcionária Cidinha, expliquei sobre as consultas que precisava marcar e não estava conseguindo acessar o serviço 0800. Uma das consultas era urgente.
A funcionária não sabia me dizer o que estava acontecendo com o serviço, ficou de me retornar a ligação tentando me ajudar a marcar ao menos a consulta urgente. Não retornou a ligação.
Claro que a ouvidoria não pode atender a casos isolados, não haveria condições de ajudar a todos os que encontram dificuldades para marcar suas consultas.
É preciso que haja um serviço eficiente, que atenda às necessidades da população de forma organizada e prática. Não é possível que ainda aconteça o que vi hoje pela manhã.
Uma fila imensa que começa a formar-se por volta de cinco e trinta da manhã, com pessoas idosas, doentes, e sem ao menos uma garantia de conseguir as consultas.
Lembrei-me dos tempos de INPS, onde passei várias madrugadas frias e até sob a garoa fina, com sete ou oito anos, numa fila kilométrica, a espera de atendimento. E fiquei pensando se é mesmo preciso que, todas as vezes em que conquistamos avanços e passamos a acreditar que estamos caminhando para a frente, mesmo que a passos lentos, tenhamos que retroceder e ficar à mercê de acordos e contratos de novas administrações.
Não é possível que a pasta de obras seja realmente mais importante do que a pasta da Saúde, como se vê nas notícias.
Novo hospital sendo construído, investimento de milhões em recuperação de vicinais, construção de novas estradas, e o que já existe? Passa-se o tempo todo de uma administração construindo e criando novidades quando se deveria investir no que já está pronto para ser usado.
Capacitar profissionais, investir em espaço físico dos postos e hospitais que já existem, viabilizar o serviço de forma prática e coerente. Será que é tão difícil assim ver onde estão as carências?
Como pode um serviço de saúde que deveria primar pelo bem estar das pessoas que dele dependem, deixar que pessoas idosas e doentes passem duas horas em filas imensas, atendendo num único dia da semana, sem garantias de conseguir agendamento, e não se dar conta do quanto estão sendo injustos?
A população não é de forma alguma beneficiada com este sistema, pelo contrário, isso dificulta os agendamentos, torna tudo mais difícil e burocrático pra uma população que na sua maioria é carente não só de recursos materiais mas especialmente de formação pessoal e informação.

Investir no atendimento ambulatorial, que é o atendimento preventivo, é usar de forma inteligente e coerente os recursos destinados à saúde. Ora, uma população bem orientada, que se previne contra doenças, que tem condições de ter doenças mais graves diagnosticadas prematuramente num serviço ambulatorial de qualidade não só garante sua qualidade de vida, como confere ao próprio município menos gastos com hospitais e procedimentos de alto custo. Não é preciso ser um especialista na área econômica para saber disso, basta que se saiba somar e subtrair.
Somar boa vontade e subtrair interesses pessoais.

Na esperança de poder contar com a boa vontade desta nova administração, e na ânsia de ver nosso município cada vez mais próspero, despeço-me.
Atenciosamente,
Mônica dos Santos

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Uma questão de Educação

Como sempre em tempos de eleições tivemos no final de 2008 muitas promessas de campanha. Muito sorrisos e apertos de mãos distribuídos, muitas entrevistas esbanjando simpatia, muitas visitas à periferia, e promessas, promessas e promessas.

Então vou começar falando sobre uma destas promessas.
A escola municipal Olga Mallouk Lopes no Jd. Simões, onde meu filho estuda, precisava de mais salas de aula para atender a demanda da comunidade. O então prefeito Edinho Araújo assumiu o compromisso de construí-las, (quatro salas) antes de começarem as aulas.
Pois bem, a escola recebeu as matrículas na certeza de ter as salas prontas no início do ano. Começamos 2009 e nada de serem construídas. Sequer começaram a levantá-las.

Claro que questionados sobre o atraso na obra, há um cardápio bem elaborado de desculpas. Falta de recursos, atraso de calendário, falta de funcionários para acompanhar a obra, e por aí vai. O mais interessante são as providências sugeridas para se resolver o impasse: onde colocar cerca de 140 crianças que chegariam à escola até que fossem construídas as salas?
Simples, os professores levariam estas crianças de ônibus, todos os dias, para um espaço improvisado e emprestado fora da escola, em bairros vizinhos. Num deles inclusive, as crianças estudariam em uma escola e fariam o recreio em outra, tendo que atravessar um pasto para chegar ao outro lado. Ao final da aula, os professores retornariam para a escola com os alunos.

Seria cômico se não fosse trágico. Expor nossos filhos desta forma, comprometendo não só o ano letivo e o aproveitamento escolar mas principalmente a segurança deles.
Claro que indignada com a solução oferecida, a direção da escola sentiu-se na obrigação de encontrar outra forma de resolver a situação. O que infelizmente não deixaria de comprometer o trabalho dos professores e o aproveitamento dos alunos.
Há dez dias do início das aulas, e nossas crianças estão amontoadas em salas improvisadas.
A sala dos professores, a sala de informática, a biblioteca e outra sala utilizada pela escola, transformaram-se em salas de aula. Algumas são pequenas, outras inadequadas, um transtorno para a escola, uma decepção para mim e outros tantos pais acostumados a contar com a dedicação e o empenho dos profissionais desta escola, que agora são obrigados a "se virar" para não comprometer a qualidade do seu trabalho.
Além disso, como se não bastasse todo o transtorno com relação ao espaço físico, ainda vemos recursos essenciais na formação dos alunos e que foram conquistados com tanta dificuldade, como a sala de informática e a biblioteca, serem sacrificados por questões meramente políticas.

Que haja dificuldades em se organizar e administrar a escola pública, que tenhamos que lutar para que o ensino público tenha qualidade e possa oferecer aos nossos filhos uma formação dígna e a altura do que o mercado de trabalho exige, é aceitável e até compreensível haja vista a nossa história de lutas e sacrifícios contra a miséria e as injustiças que ainda imperam neste país. Mas, andar para trás, retroagir à tempos precários depois de se ter conquistado avanços tão significativos, por causa de promessas de pleito não cumpridas, que subjugam a formação do indivíduo e do cidadão, é vergonhoso e inadmissível.

Portanto, como mãe e cidadã cansada de ser feita de fantoche nas mãos de uma minoria poderosa, decidi botar a boca no trombone. A educação não pode continuar sendo tratada como pauta secundária na administração do município, o que parece acontecer muitas vezes, assim como acontece também com a saúde, tema que irei abordar em breve.
Já é hora de usarmos nossa voz em nosso favor, em favor dos nossos sonhos e em favor da nossa dignidade.
Se você pensa como eu, me escreva, denuncie, reclame, bote a boca no trombone, este espaço também é seu.

Monica San